sexta-feira, 30 de abril de 2010

Discutindo a "Prova" aplicada no dia 22/04/10

Vejamos as questões contidas nessa "prova":

1. De que modo a leitura em sala de aula dos relatos dos viajantes europeus pode favorecer discussões sobre literatura, história e cultura?

A leitura e análises dos relatórios dos viajantes europeus são (e sempre serão) de extrema importância para nosso país. Neles estão contidas as primeiras impressões, os primeiros dados, os primeiros contatos com os nossos nativos. O primeiro relato foi a famosa Carta de Caminha, um documento histórico de grande valia, com uma visão do Brasil-edênico. Outros relatos estudados foi a História da Província de Santa Cruz de Pero de Magalhães Gândavo, Tratados da Terra e gente do Brasil de Fernão Cardim e A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens de Hans Staden. Essa pluralidade de textos nos favoreceu para o estudo desse Brasil inicial, em que percebemos claramente que cada um desses autores tem suas especificidades, seus modo de contar, suas características bem marcantes. Com eles podemos estudar os nativos de nossa terra, sua geografia, seu processo de construção e criação de país, em suma, um estudo valioso para conhecer a história do início do nosso Brasil. O que mais nos chama a atenção nesses relatos, principalmente os desses autores citados, é a descrição da cultura indígena. Cada autor nos mostra um pouco mais dessa cultura tão rica e tão diversificada em relação a cultura européia.
Vale destacar a ilustre presença de um relato de um alemão, Hans Staden, que não está incluso no cânone brasileiro, mas que podemos observar o grande valor que contém sua obra. Ele nos mostra uma uma visão diferente da visão dos portugueses, uma visão de alguém que viveu mais com os índios e que contribuiu para nós esclarecermos (e conhecermos) mais dados sobre esses povos. Em suma,todos eles nos deixam grande contribuição histórica do Brasil.
Esses tipos de relatos não poderiam deixar de ser também importantes para a literatura, já que história e literatura andam sempre juntas. Sim, a literatura analisa o modo como foi descrito esse “Novo mundo”, o uso da língua desses viajantes, em que as vezes se utilizam de metáforas empolgantes para nos relatar algo tão admirável, algo nunca visto antes: “e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam.” O estudo dessess textos são inclusos na Literatura de Informação, que apresenta aos alunos um ponto fundamental para a literatura: A visão européia e o modo como eles descreveram (e vêem) o Brasil Colonial. Ainda na literatura, vemos que esses textos são fundamentais (e foram bases) para se entender movimentos literários que surgiriam mais adiante, como o Romantismo e o Modernismo. Sendo assim, esses autores, Caminha, Gândavo, Cardim e Hans Staden, entre outros, são fontes inigualáveis quando se trata das informações do inicio da história do nosso Brasil.

Ousando mais eu arriscaria dizer isso: Poderíamos resumir o estilo dos autores :Caminha, Gândavo, Cardim e Hans Staden, seríam, respectivamente, o empolgado, o mercenário, o estudioso e o azarado.

2. Caracterize a produção poética de José de Anchieta

José de Anchieta foi um jesuíta grandioso, um homem de autêntica vocação literária. Aprendeu a língua nativa (em seis meses) e redigiu a Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil(1595). Sua produção poética é vista dividida em poesia, prosa e obras teatrais. Na poesia escreveu em Português, Espanhol, Tupi e Latim. Fez poemas em verso medieval com um auto caráter didático e religioso. Os seus poemas que se destacam são A Santa Inês, Do santíssimo sacramento, Em Deus meu criador. No teatro tinha propósitos moralizantes fundidos com pretensão pedagógica, ou seja, as peças de Anchieta apresentam um denominador comum: objetiva o ensino e a catequese. Na prosa, além da Arte de Gramática (que ostenta importância lingüística e etnográfica) está toda reunida num volume, composto de Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões. Assim como na poesia e no teatro, na prosa também se manifesta o talento histórico; relatava com um entusiasmo emotivo e com um grande estética.

3. Explique como a literatura foi utilizada no período colonial para dar suporte ao processo de enriquecimento da metrópole e de expansão do catolicismo.

A literatura foi um dos veículos utilizados principalmente pelos jesuítas para obter a catequização dos nativos. Afim de torná-los cristãos e “salvarem suas almas”, os portugueses produziam obras quase que totalmente voltados para essa função. Esse investimento tinha um porque: a apropriação das novas terras era ponto central para os potugueses, para promover a ampliação das riquezas, fortalecer a metrópole. Claro que para isso eles tinham que retirar os nativos do caminho, nativos esses que os assustavam pela sua cultura “diferente” e , principalmente, pelo seu ritual antropofágico. Era preciso frear isso, portanto, nada melhor que torná-los cristãos e porque não fazer deles bons escravos para o engrandecimento de Portugual. Para conseguir isso tudo era preciso destruir essa cultura “errada”, tornar os inimigos em subornidados. Logo, o catolicismo foi o revestimento perfeito para essa conquista e para essa sucção de riquezas. Então fica esclarecido o porque de muitas vezes termos a presença de obras didáticas recheadas de um caráter mercenário utilizando o nome de Deus.


E agora é aguardar as notas na quinta!
Beijo a todos e bom final de semana!

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