Curiosidades



Curiosidades sobre a Língua Tupi na Língua Portuguesa


Por causa da obra do padre Anchieta, no final do século 16, com sua Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil e do jesuíta Luís Figueira, com a A Arte da Língua Brasílica, “o tupi é a língua indígena mais bem-documentada e preservada que temos”, diz o professor Eduardo Navarro, pesquisador da matéria na Universidade de São Paulo.

Ele afirma que o tupi é importante para se entender a cultura brasileira.

“O brasileiro já nasce falando tupi, mesmo sem saber. O português falado em Portugal diferencia-se do nosso principalmente por causa das expressões em tupi que incorporamos. Essa incorporação é tão profunda que nem nos damos conta dela. Mas é isso o que faz a nossa identidade nacional. Depois do português, o tupi é a segunda língua a nomear lugares no País”.

A lista de nomes é extensa e continua aumentando. Há milhares de expressões, como:

 
Ficar com nhenhenhém – que quer dizer falando sem parar, pois nhe’eng é falar em tupi.
Chorar as pitangas – pitanga é vermelho em tupi; então, a expressão significa chorar lágrimas de sangue.
Cair um toró – tororó é jorro d’água em tupi, daí a música popular “Eu fui no Tororó, beber água e não achei”.
Ir para a cucuia - significa entrar em decadência, pois cucuia é decadência em tupi.
Velha coroca é velha resmungona – kuruk é resmungar em tupi.
Socar – soc é bater com mão fechada.
Peteca - vem de petec que é bater com a mão aberta.
Cutucar - espetar é cutuc.
Sapecar - é chamuscar é sapec, daí sapecar e sapeca.
Catapora – marca de fogo, tatá em tupi é fogo.

O significado de grande parte dos nomes de lugares só se sabe com o tupi. Como nomes de bairros da cidade de São Paulo.
 

Pari é canal em que os índios pescavam,
Mooca é casa de parentes,
Ibirapuera é árvore antiga,
Jabaquara é toca dos índios fugidos,
Mococa é casa de bocós – bocó é tupi. 



Para saber mais: http://blogs.abril.com.br/lenidavid/2009/03/curiosidades-sobre-portugues-brasil.html

 
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Diversas curiosidades sobre o Brasil

A Língua Portuguesa é a quinta língua mais falada do mundo por um total de aproximadamente 191 milhões de pessoas. (The World Fact Book)


A árvore mais velha do Brasil é um jequitibá-rosa com 3020 anos que se encontra no Parque Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro em SP. (Rank Brasil).


O Brasil tem a frota de helicópteros que mais cresce no mundo. O tráfego de helicópteros em São Paulo é o terceiro maior do mundo (Revista Veja)


O teatro mais antigo em atividade no Brasil, é o de Ouro Preto, Minas Gerais que está em funcionamento desde 1769 (Rank Brasil).


A bandeira brasileira hasteada na Praça dos Três Poderes, em Brasília é a maior bandeira hasteada no mundo. Por não suportar o vento e rasgar, ela é trocada mensalmente. Cada mês um estado brasileiro diferente é responsável pelos custos da nova bandeira. (Site do Vestibular)


Nos rios amazônicos, já foram descobertas 1.500 espécies de peixes, mas estima-se que exista pelo menos o dobro. Isso é quinze vezes mais do que todas as espécies de peixes encontradas nos rios da Europa. (Revista Veja)


Foi um sergipano radicado na França o criador do primeiro cartaz de propaganda de um filme. Cândido de Faria fez em 1902 o cartaz do filme “Les Victimes de l’ Alcoolisme”, inspirado na obra de Émile Zola. (Revista Istoé)


Entre São João Del Rei e Tiradentes ém Minas Gerais ainda circula a mais antiga Maria-Fumaça do mundo (desde 1881). Ela faz um percurso de 12 km. (Rank Brasil)


Joinville, em Santa Catarina cedia todos os anos o maior festival de dança do mundo, que reúne 6.000 participantes de 30 países. (Revista Istoé)

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Você sabia que o Brasil já chegou a ter 9 bandeiras?

Vejam abaixo as bandeiras do Brasil e de Portugual durante o Período Colonial e do Reino Unido.





































Quer saber o por que?



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Origem do nome Brasil

  Considerado o caráter controverso do étimo de Brasil, são relacionadas a seguir as principais soluções propostas pelos estudiosos para o problema, informando quanto á maior ou menor importância de cada hipótese no quadro de estudo do vocábulo. Sem chegar a arrolar as destituídas de um mínimo de verossimilhança, leva-se em conta o maior número de respostas à pergunta: qual a origem do nome Brasil ? E isso porque, na história da busca do étimo, o que ontem parecia desmedido absurdo, hoje emerge como solução possível, dependendo do tratamento filológico dado ao problema. É, por exemplo, o caso da origem céltica do vocábulo. Em 1921, era considerada por alguns um despropósito, mas em 1967 Adelino José da Silva d'Azevedo acrescenta à bibliografia sobre o assunto um volume de quatrocentas páginas, Este nome: Brazil, em que a origem celta lhe aparece como indiscutível. Seguem-se os étimos principais.
Tupi ibira-ciri, 'pau eriçado'. O filólogo paulista Bernardino Ferraz de Campos defendeu, no jornal O Município, de 18 de abril de 1896 e números seguintes, a tese de que Brasil teria origem no tupi ibira-ciri, de ibira, 'pau', e ciri, 'arrepiado', com a seguinte evolução: ibira-ciri > biraciri> biracar> bracir > brasil, partindo da coincidência de sentido do tupi ciri e do lat. echinata (de Caesalpinia echinata, 'pau-brasil'), ambos 'eriçado, cheio de espinhos'. Argumenta Ferraz de Campos que ibira-ciri passou de designação tupi da madeira vermelha ao nome aborígine do território. Os antecessores de Cabral, ao transportarem para a Europa a madeira vermelha, entendiam mal a palavra ibira-ciri, chamando brasil ao madeiro e ao país. Assim se explicaria que não tivesse vingado o nome Terra de Santa Cruz, já que os europeus conheciam o topônimo Brasil antes de Cabral.
   Tupi-guarani paraci, 'mãe do mar, mãe da água'. Em conferência pronunciada para esclarecer a origem do nome Brasil, Barbosa Rodrigues, então diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, comunicou que, de norte a sul do país, os indígenas, quando solicitados a dizer 'Brasil', diziam paraci. Os colonizadores teriam ouvido a palavra, transformando-a em Brasil, designativo da terra em que eles apanhavam a madeira usada para fabricação de corantes de tinturaria.
  Aríaco parasil, 'terra grande'. O radical aríaco para, que aparece em inúmeras palavras da América do Sul (Paraná, Paraguai, Parima) com o sentido de 'grande, grandeza', e o sufixo -sili (lat. -illus, port. -il) indicativo de qualidade de uma coisa, formam parasili, 'terra grande', donde, por contração, Brasil (com síncope do a e apócole do i), segundo étimo proposto por Antônio de Sousa Coimbra.
  O sânsc. bradshita, bradsita, para o historiador e filólogo Basílio de Magalhães,é a origem de Brasil, afirmando que a palavra é escrita com s porque assim ocorre em quase todas as línguas ocidentais.
Gr. brázein, 'ferver'. Pela incidência de palavras gregas no vocabulário português, além dos topônimos de origem helênica (Lisboa seria um exemplo), o professor de história F. Magalhães Castro propõe o verbo gr. brázein, 'ferver', brázo, 'eu fervo', como étimo de Brazil, no caso com z, por causa do dzeta grego.
Toscano verzino. Do vêneto verza, 'lasca, cavaco', e sufixo diminutivo -ino (lat. -inus), há o toscano verzino, que designava as pequenas lascas ou cavacos de pau-brasil transportados e vendidos pelos navegantes genoveses; daí, em documentos medievais italianos, as expressões carga di verzi, carga di verzino (referentes a carga di verzi de brasili, carga di verzino di brasili), de onde se teria originado Brasil. Defende essa teoria o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, visconde de Porto Seguro.
Vêneto verzi ou berzi, 'pau-brasil'. Para Joaquim Caetano da Silva, Brasil procede do vêneto berzi ou verzi, designativo do pau-brasil.
  Genovês brazi, ' pau - brasil'. Zeferino Cândido deriva Brazil, com z, do genovês brazi, 'pau-brasil', Prov. brezill, 'coisa fragmentada'. Com base em Friedrich Diez, Cândido Lago dá o prov. brezill, 'coisa fragmentada' (porque o pau-brasil era comerciado em cavacos), como étimo de Brasil.
   Ing. brazil, Brazil, 'pau-brasil, Brasil'. William Gibbon, professor inglês residente no Rio de Janeiro, aponta o ing. brazil, Brazil, 'pau-brasil, nome do país', como origem do port. brazil, Brazil, que seria escrito com z. Irl. Hy-Brazail, 'ilha do Atlântico'. O estudioso irlandês O'Connor Daunt em 1848 defendeu no Rio de Janeiro a tese de que o nome Brasil vem do topônimo irl. Hy-Brazail, ilha do Atlântico referida pelos antigos irlandeses.
Celta breasail, 'princípe'. Para monsenhor Fergo a síncope do e e do segundo a determinam a mudança de breasail em brasil, grafado com s. A transposição de sentido viria de trajarem os príncipes roupas vermelhas, donde o vocábulo celta passaria a designar o madeiro de mesma cor usado em tinturaria.
  Ár. wars, 'tipo de planta corante'. Meyer-Lübke derivou o toscano, it. verzino do ár. wars, nascendo daí a idéia de que o port. brasil tivesse vindo do árabe através do toscano.
Baixo latim brasile, 'com aspecto de brasa'. Vários filólogos derivam brasil, Brasil, do baixo latim brasile. documentado por Du Cange desde o séc. XII.
Germânico bras (a), 'carvão ardente'. É, talvez, o étimo mais aceito, tendo partido também daí a hipótese de que brasil, Brasil, é o port. brasa (do germânico bras/a/) e sufixo - il, ou o fr. brésil (do germânico).
Fr. brésil, 'pau-brasil'. Antenor Nascentes aponta como étimo de brasil, Brasil, o fr. ant. bresil, fr. mod. brésil, forma deturpada do toscano, it. verzino.
 Os estudiosos da origem do nome Brasil e os étimos propostos por eles estão citados em F. de Assis Cintra, O Nome Brasil, com s ou z (1920), fonte das informações acima transcritas; em Meyer-Lübke, que não tratou da questão em si, e em Antenor Nascentes foram colhidas outras informações. As hipóteses do baixo latim, germânica e francesa têm sido as mais consideradas por filólogos, lingüistas e historiadores que se ocuparam do problema.
Sem se deter nas cinco primeiras teorias, por considerá-las descabidas, já que a palavra brasil, Brasil documenta-se em outro campo etimológico, distinto do das formas tupi, tupi-guarani, aríaca, sânscrita e grega, Adelino José da Silva d'Azevedo, em Este nome: Brazil (1967), reduz as 11 hipóteses restantes a uma única: Brasil grafa-se com z e é de origem céltica. Demonstra ele que os fenícios, notáveis navegadores e comerciantes, mantinham intenso comércio de óxido de estanho, de corante vermelho mineral, com os celtas, povo metalúrgico e mineiro, que extraía esse produto desde a Ibéria até a Irlanda. Nesse intercâmbio, os fenícios foram seguidos pelos gregos, que designavam o óxido de estanho e o vermelhão dele obtido por kínnabar, kinnábari (lat. cinnabar, port. cinabre, cinábrio, esp. cinabrio, it. cinabro, ing. cinnabar, al. Zinnober etc.), denominação aplicada depois ao tom vermelho de qualquer matéria-prima. O gr. kínnabar, kinnábari forma-se da raiz kínn, que traduz a idéia de metálico e rubro', de na, 'qualidade de ser metal, de ser rubro', e da particular bar , 'sobre, em cima de, superioridade'. Uma característica do céltico era a próclise das partículas, em oposição á ênclise grega. Assim. entende-se como o gr. kínnabar, kinnábari corresponde ao barcino, brakino, breazail céltico, também nome do vermelhão.
Dos contatos comerciais estabelecidos entre gregos e celtas a partir do séc. VI a.C., resultou que, por essa época, o celtismo brakino e o ítalo-celta verzino suplantaram respectivamente o gr. ,kínnabar, kinnábari, e o germânico zinnover, zinnober, todos com sentido afim. O esp. barcino, bracino, barzino, port. color varziano (em D. João I), 'avermelhado', confirmam a ocorrência das grafias celta e ítalo-celta. Mas é no irlandês, onde permanece mais vivo o substrato céltico, que se documenta melhor a ocorrência do barcino, brakino, breazil. O título de um poema do bardo Moore, escrito em inglês, é O'Brasil, palavra irlandesa também referida pelo folclorista O'Flaherty ( -1718).
A origem do irl. O'Brazil é o celta Hy Breasil, 'descendentes do vermelho', onde o s é igual ao z (Hy Breazil, portanto), do celta breasil, breazil, ' vermelho'. Ressalte-se que o s do celta breasil só foi transliterado pelo s latino por erro de interpretação gráfica dos monges. Ele deve ser escrito z. Hy Breazil (celta), O'Brazil (irl.), 'descendentes do vermelho', é uma referência aos gregos e fenícios, pois ao deixarem de comerciar o vermelhão com os celtas, eles desapareceram nas brumas do Atlântico, tornando-se um povo mítico e afortunado, que nunca voltou à Irlanda, porque vivia feliz na misteriosa e paradisíaca ilha do Brazil.
  Segundo Adelino d'Azevedo, o sufixo-il. no irl. Brazil, é uma derivação céltica, ao contrário da suposição de muitos filólogos, que o consideram formado dentro do português, para justificar o étimo germânico bras(a), port. brasa e sufixo -il. No indo-europeu e celta, o in passa a il (n>l), o que explica bracino > brazino> brazilo brazil. A permanência de brazino, brazil, como designativo do corante vermelho, da madeira e, em geral, da cor vermelha, explica-se por essa palavra referir-se a uma arte caseira, onde permanece o vocabulário indígena em detrimento do oficial. Daí brazil ter afastado o lat. ruber como nome do corante vermelho usado na arte caracteristicamente caseira da tinturaria.
  Assim, o gr. kínnabar, lat. cinnabar, germánico zinnober, celta breazáil, irl. brazil, esp. barcino, bracino, port. varzino, brazino têm o significado geral de ' vermelho'
Quando, na Idade Média, o artesanato mediterrâneo passou a usar o corante vermelho vegetal, as populações ribeirinhas dedicaram-se ao comércio do pau-brasil. Édessa época (séc. XIII) o aparecimento do toscano verzino, o vêneto berzi, genovês brazi, que, de nome do corante, passou a designar a madeira e a planta de onde era extraído o produto. Mas, nas regiões interiores, o étimo fixou-se, desde o séc. XIV, como 'gado avermelhado' (esp. barcino, bracino, barzino, port. brazino, varzino ÍD. João I), já que ali a pecuária tinha papel relevante e o comércio do pau-brasil não existia. Ressalte-se também a ocorrência da base vocabular em topônimos como Bergine, cidade próxima a Massílía (Marselha), mencionada por Avieno, em Ora marítima (Orla marítima); Verzino, antiga povoação italiana da província de Novara; Varzim, em Portugal, atual Póvoa de Varzim; Bárcinon, 'Barcelona'. Como prova do enraizamento do gr. kínnabar com a próclise céltica, há o lat. Bárcinon, 'Barcelona'; esp. barcíno, barzino, brazino, 'avermelhado'; port. varzino, 'cor avermelhada', brazino, 'gado avermelhado' (esp. barcino, bracino. barzino, tivo; it. Varzino, lugar perto de Novara; toscano verzino, ' vermelho '; véneto berzi, verzi, 'cor vermelha'; genovês brazi, 'cor vermelha'; gaulês Bergine, cidade perto de Massília (Marselha); gr. mod. bertzi, 'cor vermelha'; servo-croata varzili, varzilo, 'corante vermelho'.
  À época dos descobrimentos, Portugal procurava manter em segredo os estudos que precediam as viagens dos navegadores. Fazia-se silêncio também sobre os novos lugares descobertos, para melhor expIorá-los economicamente. De informações orais trazidas clandestinamente de Portugal, nasceu entre os cartógrafos de outras nações européias a suposição de que existiria uma ilha do Brazil (com z na maioria dos mapas), onde os portugueses apanhavam o pau-brasil. Contribuiu também para essa fantasia o registro, em mapas portugueses (fonte da cartografia européia do séc. XV-XVI), da ilha do Brazil, certamente resquício da lenda celta do Hy Breazil, muito difundida na Irlanda, de onde facilmente teria chegado a Portugal, pelo intercâmbio das duas regiões no tempo dos fenícios, gregos e celtas. Adelino d'Azevedo utiliza-se desses argumentos cartográficos para corroborar sua tese.
  A improcedência de uma origem germânica, árabe ou francesa para a palavra brasil, Brasil, prende-se ao fato de que, quando aqueles povos chegaram à península Ibérica, brazil e cognatos já tinham curso desde muito. Isso leva a crer que no caso árabe houve um empréstimo, mas em sentido contrário ao comumente aceito, já que o toscano verzino é anterior ao ár. wars. Da mesma maneira é tardia qualquer derivação de palavras que designem o pau-brasil, origem do corante vegetal, porque, muito antes, o cinábrio (gr. kínnabar) foi o corante mineral de celtas, gregos e fenícios.
  A confusão das fricativas s e z é antiga. No séc. III d.c. ela já ocorria em várias regiões da Europa. Assim, o baixo latim brasile, documentado por Du Cange, deve-se a que os monges e homens cultos da época só grafavam z (gr. dzeta) em palavras de origem grega ou helenizadas. Como brasil era um barbarismo (origem céltica), foi escrito com s. Eis por que o baixo latim brasile não é etimológico e não pode originar brazil, Brazil. Mas a grande incidência de grafias brasil, Brasil, com s, começa no séc. XVI, por influência dos humanistas, que valorizavam sobremodo a cultura greco-latina, e por transcrições errôneas de mapas feitos em Portugal. É também nos sécs. XVI-XVII que a pronúncia portuguesa passou a igualar foneticamente o s intervocálico e o z. Assim, quando os mercadores marítimos começam a negociar o corante vegetal rubro dos sécs. XI-XII, é brazil (com z) que rompe o superestrato latino e aflora, prevalecendo sobre brasil (com s), até o séc. XVI, quando as duas grafias se confundem. No séc. XIX, Cândido de Figueiredo bate-se pela fixação de Brasil (do germânico bras/a/), embora entenda Adelino d'Azevedo, pelo exposto, que o germânico bras(a) não pode ser o étimo do port. brazil, Brazil, nem do port. braza, que se deveria escrever também com z, ainda que não se ligue a Brasil. Cumpre ressaltar por fim três fatos conexos: (1) desde o primeiro século da colonização, os brasis, os Brasis (com s ou z) designavam tanto os habitantes nativos da terra como as diferentes partes desta; (2) o derivado brasileiro, que aparece já no séc.XVII, indicou de início os que traficavam ou comerciavam com o pau-brasil, depois os que vinham para o Brasil fazer vida, para, por fim, designar os filhos da terra descendentes de europeus ou nativos, razão por que ainda no início do séc. XIX os eruditos propugnavam para o nome gentílico formas como brasílico ou brasiliense; (3) a divulgação internacional do nome coube de início aos franceses, na forma já referida de brésil, primeiros grandes traficantes europeus do produto - o que levou João Ribeiro a designar a palavra Brasil como "o primeiro galicismo", em artigo inserto em Colmeia (1923).
De todos os modos, a fixação em português da grafia com s, Brasil, parece fato consumado, desde o primeiro pronunciamento da Academia Brasileira de Letras em matéria normativa e com a consagração oficial nas constituições brasileiras republicanas.