sexta-feira, 11 de junho de 2010

O que é Lira?


A lira é um instrumento de cordas conhecido pela sua vasta utilização durante a antiguidade. As récitas poéticas dos antigos gregos eram acompanhados pelo seu som, ainda que o instrumento não tivesse origem helênica. O gênero de instrumento a que pertence a lira terá tido o seu alvorecer na Ásia, inferindo-se que terá entrado na Grécia através da Trácia ou da Lídia. Enquanto que os primeiros intérpretes, heróicos, e aqueles a quem se reconhecem melhoramentos no instrumento eram das colônias da Iónia, da Eólia ou da costa adjacente ao império Lídio, os mestres propostos pela mitologia grega eram Trácios: Orfeu, Museu e Tamíris.

Logo, a lira na literatura, como é o exemplo da obra Marília de Dirceu, era uma poesia cantada utilizando-se desse instrumento.

A estrutura da obra é a seguinte:

O poema é dividido em 3 partes. A primeira, com 33 "liras", com refrões guardando certa similitude entre si. A segunda, de 38 liras, possivelmente escrita na prisão, revela um teor menos referente à amada.

Obs: A obra completa já está disponível na página DOWNLOADS

Boa sorte nas apesentações!
^^

Claudio e Tomás

Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)

Português da cidade do Porto, veio morar no Brasil com seu pai, aos sete anos, estudou no Colégio dos Jesuítas de Salvador e depois, estudou Direito em Coimbra. De volta ao Brasil, já como magistrado, foi morar em Vila Rica, hoje Ouro Preto, onde fora nomeado ouvidor-geral. Na ocasião, reencontrou seu companheiro de Coimbra, Alvarenga Peixoto, que morava na cidade vizinha, São João D'el-Rei. Conheceu Cláudio Manuel da Costa e muitos outros com quem se encontrava nos salões literários promovidos em suas casas.

"Cartas Chilenas"
A capitania de Minas Gerais tinha um governador autoritário, Luís da Cunha Meneses, os desmandos e ilegalidades de sua administração, provocaram a ira da população, que sofria com o excesso de cobrança de taxas. Gonzaga, mesmo num cargo importante, era desrespeitado pelo capitão-geral. Reagiu e denunciou o governador à rainha, que o substituiu. Ao mesmo tempo escreveu as "Cartas Chilenas", um poema satírico, sob o pseudônimo de Critilo, no qual denunciava e debochava do "Fanfarrão Minésio", referência quase direta a Cunha Meneses, que ainda estava no poder, quando o poema começou a circular clandestinamente. Por muito tempo não se teve certeza de quem seriam realmente as "Cartas". Hoje, depois de muitos estudos, não há mais dúvida de que foram mesmo escritas por Gonzaga.

A jovem Dorotéia
Na mesma época, conheceu a adolescente Dorotéia de Seixas, sua eterna musa Marília, por quem se apaixonou. Depois de alguma resistência da família, devido a diferença de idade e de fortuna, o pai da moça permitiu o casamento. Todavia, não chegou a realizar-se. Com a chegada do novo governador, o visconde de Barbacena, amigo do poeta, foi decretada a "derrama", isto é, a cobrança de todos os impostos atrasados, causando uma imensa revolta na população, a Inconfidência mineira, que queria fazer de Minas uma república independente de Portugal. Ainda que Gonzaga não tenha participado diretamente da sublevação, era simpático à causa e todos os seus amigos aderiram ao movimento. Os chamados inconfidentes foram presos e julgados, alguns deportados para a África, como o próprio poeta, que depois de algumas transferências em prisões brasileiras, foi enviado para Moçambique. Tiradentes, um dos líderes, foi morto e esquartejado em praça pública.

"Marília de Dirceu"
Enquanto estava preso no Brasil, produziu "Marília de Dirceu", obra do Arcadismo foi publicado em Lisboa, por seus amigos. Inspirado em Dorotéia, com quem não pôde mais casar, Gonzaga escreveu suas liras, onde a natureza vira o local perfeito (locus amoenus), sagrado e ideal para os pastores viverem sua paixão ingênua. Este poema bucólico, de inspiração clássica, foi publicado em várias línguas e é a sua principal obra.


Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Foi contemporâneo de Tomás Antônio Gonzaga, outro grande nome do arcadismo brasileiro" em seus tempos de magistrado em Vila Rica (hoje Ouro Preto). O poeta era muito respeitado por seu incrível talento de poeta e de sua sensibilidade. Mineiro de Mariana, este admirador de Pombal estudou no colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro e fez Direito em Coimbra, a segunda maior cidade de Portugal. Em Vila Rica dedicou-se à advocacia e às terras deixadas por sua família. Foi um dos acusados pela Inconfidência Mineira. Preso e interrogado, teve que revelar alguns nomes, o que provocou a prisão e o degredo de alguns de seus amigos. O fato deixou o poeta neoclássico deprimido, levando-o ao suicídio no cárcere.

Glauceste Satúrnio
O poeta árcade usava o pseudônimo de Glauceste Satúrnio em seus poemas bucólicos: sonetos, cantatas, romances e écoglas, que compõem "Obras". Várias são as pastoras a quem o eu lírico se refere, sem, no entanto, jamais alcançá-las. Com uma cultura humanística evidente, escrevia ao estilo petrarquiano, ou seja, por meio de fórmulas de composição que se valem de organizações sistemáticas de frases e ritmos, sempre tendo a natureza como testemunha ou aliada. Sua poesia é rica e elegante, sem banalidades e ostentações. É considerado o nosso poeta neoclássico mais completo, pois ainda que nem sempre tenha realizado a melhor poesia, tinha clareza de como deveria ser feita, como revela no Prólogo já citado: "É infelicidade que haja de confessar que vejo e aprovo o melhor, mas sigo o contrário na execução".

fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u43.jhtm
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u44.jhtm


Arcadismo

Marco inicial:
Publicação das "Obras Poéticas", de Cláudio Manuel da Costa e fundação da Arcádia Ultramarina, movimento poético-literário que dá início ao Arcadismo, em 1768.

Marco final:
Publicação do livro de poemas Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836.

Contexto histórico
O Arcadismo no Brasil desenvolveu-se concomitantemente ao chamado ciclo do ouro, em Minas Gerais e teve em Vila Rica (atual Ouro Preto) seu principal centro de difusão. Alguns de seus integrantes estiveram ligados à Inconfiência Mineira, principal evento político do século 18 no Brasil.

Contexto Cultural
A riqueza gerada pela mineração criou tardiamente obras arquitetônicas, esculturas e pinturas no estilo barroco, como se pode ver ainda hoje nas cidades históricas mineiras. No âmbito das idéias e da literatura, porém, já sopravam os ventos do iluminismo. O iluminismo, que valorizava a razão, significava uma ruptura com o barroco, marcadamente religioso. Nesse sentido, resgatava os ideais do classicismo, inaugurando um neoclassicismo, sob a inspiração da civilização greco-romana.

Características do estilo
Entre as características que se destacam nas obras árcades brasileira, uma é a valorização da natureza - que reflete o primeiro desencanto da humanidade com a civilização urbana. Elementos como os campos, rios, vales e flores têm presença constante nas obras desse período. Por esta razão, era comum aos poetas árcades, ficcionalmente, assumirem o papel de pastores da Arcádia - uma região da Grécia antiga (dái surgiu o nome Arcadismo). Nos poemas, marcadamente líricos, expressavam o amor por suas pastoras. Finalmente, marcam o estilo dos autores árcades a simplicidade da vida bucólica, versos simples, que propiciassem a integração da poesia com a música e se contrapusessem ao estilo rebuscado do barroco.

Principais autores

Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)

Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)

Basílio da Gama (1741-1795)

Fonte: http://educacao.uol.com.br/literatura/ult1706u23.jhtm